Guia Completo de Como Fazer um Dashboard Alinhada às Expectativas do Cliente
- Fabrício Dantas
- 20 de dez. de 2023
- 5 min de leitura
Introdução:
Criar um dashboard eficaz vai além das habilidades técnicas ou ferramentas. É crucial entender as necessidades do cliente e as metas de negócio para desenvolver uma ferramenta que realmente agregue valor. Neste guia, exploraremos as perguntas essenciais a serem feitas ao cliente antes de começar a criação do dashboard e como essas respostas podem orientar o processo de desenvolvimento, alinhando as expectativas do cliente com o resultado do projeto e assim garantir a satisfação.
Principais perguntas de como fazer um dashboard
1. Objetivos de Negócio:
Antes de todo projeto começar, há uma história por trás, seja uma necessidade de longa data que precisa ser atendida, ou uma atividade que foi idealizada recentemente. Em um projeto de dashboard não é diferente, então, antes de mergulhar nos detalhes técnicos, é fundamental compreender os objetivos de negócio do cliente. Pergunte sobre as metas específicas que eles desejam alcançar com o dashboard, proporcionando uma visão clara dos resultados esperados.
2. Descubra quem é o público-alvo:
Identificar os usuários finais é uma etapa crucial para adaptar o dashboard às diferentes necessidades e perspectivas, os usuários finais não precisam ser do mesmo time, as vezes no mesmo dashboard a liderança, o time operacional e o time financeiro consumirão a informação, por isso explore bastante esse ponto. Cada grupo pode ter prioridades distintas, e essa compreensão será a base para uma experiência de usuário mais eficiente.
3. Tipo de Informação:
Entender o tipo de informação que o cliente deseja monitorar é fundamental pois garante que o dashboard ofereça insights significativos. Esse tema é mais amplo, então quebramos em subtópicos:
3.1. Tipos de dados:
Nessa etapa é onde você pode questionar quais são os tipos de dados mais relevantes, como dados de produção, de logística, financeiro, de vendas, de pessoas etc.
3.2. Métricas Importantes:
Nessa etapa deve se preocupar em alinhar quais são as métricas críticas para acompanhar regularmente. Algumas métricas de exemplo podem ser o faturamento mensal, taxas de conversão, desempenho de campanhas de marketing, entre outros.
3.3. Granularidade dos Dados:
Aqui destina-se a entender quão micro ou macro serão as informações do dashboard, se é mais adequada uma visão geral da métrica ou detalhes mais específicos. Recomendo avaliar tanto no nível temporal como no nível geográfico.
Exemplo, qual seria a melhor visão, UF mas semanalmente, ou cidade diariamente? É preciso avaliar junto ao cliente para descobrir.
3.4. Histórico de Dados:
Existe a necessidade de incluir dados históricos no dashboard para análises comparativas ao longo do tempo?
Se sim, quanto tempo deveria estar disponível? Leve em consideração que o dashboard pode ficar pesado dependendo do histórico.
E aqui vai uma dica: É importante que você assegure que o histórico do dashboard não mude, dessa forma você garante que o analista consegue ver as métricas no passado exatamente iguais de quando ele consultou naquele dia. Isso é também importante para justificar as decisões que foram tomadas com os dados naquele dia.
Se seu dashboard altera o histórico passado, primeiro que pode descredibilizá-lo, segundo, lhe gerará mais trabalho pois você terá de investigar porque as mudanças ocorreram e terceiro, lhe será solicitado que fixe esse histórico. Então já se adiante e garanta que ficará fixo de antemão.
3.5. Fontes de Informação:
Além de dados internos, há informações externas que você gostaria de integrar? Isso poderia incluir dados de mercado, informações da concorrência etc.
3.6. Formato de Apresentação:
Como o cliente prefere que as informações sejam apresentadas? Gráficos, tabelas, mapas ou uma combinação de diferentes tipos de visualizações?
4. Fontes de Dados:
Certifique-se de conhecer as fontes de dados que o cliente pretende integrar no dashboard. Isso pode variar de planilhas Excel a bancos de dados complexos, e a integração adequada é essencial para dados precisos e relevantes.
Aqui no blog ensinamos como você pode conectar dados de planilhas excel armazenadas no sharepoint sem precisar baixar localmente, confira aqui.
5. KPIs (Indicadores-Chave de Desempenho):
Identifique os KPIs críticos para o cliente. Destacar essas métricas no dashboard permitirá uma avaliação rápida e eficaz do desempenho do negócio. Se o dashboard for destinado a um projeto, vale discutir quais são os KPIs chave para avaliar o sucesso do projeto, seja financeiro, de engajamento etc.
6. Layout e Design:
Explore as preferências de design do cliente, incluindo layout, cores e estilo. Um dashboard visualmente atraente não apenas melhora a usabilidade, mas também reflete a identidade da marca. E por falar em marca, em geral recomendo utilizar as cores da própria companhia que o cliente trabalha, são cores e estilos de fonte que já é conhecida e traz uma familiaridade para os usuários.
7. Interatividade:
Alinhe o nível desejado de interatividade. Pergunte se os usuários finais precisarão filtrar dados, explorar ou interagir de outras formas com as visualizações discutidas para uma experiência mais dinâmica.
8. Frequência de Atualização:
Entenda com que frequência o cliente espera que o dashboard seja atualizado. Isso é vital para dados em tempo real ou para aqueles que requerem atualizações regulares.
Além disso, utilize uma ferramenta que permita a automação da atualização dos dados. Um exemplo que posso citar é o Power BI na versão PRO, quando publica o seu dashboard em um workspace organizacional, lá você pode orquestrar em qual hora a atualização dos dados deve ocorrer.
9. Dispositivos de Acesso:
Questionar sobre os dispositivos de acesso ajuda a otimizar o dashboard para desktops, dispositivos móveis ou ambos, para garantir uma experiência consistente em diferentes plataformas e ajustar o layout de acordo.
10. Níveis de Segurança:
Considere os diferentes níveis de acesso e permissões necessários para garantir a segurança dos dados, especialmente se o dashboard for compartilhado entre diferentes usuários. Há técnicas que podem ser aplicadas para limitar a possibilidade de visualização de determinados usuários (RLS).
11. Feedback Contínuo:
Estabeleça um processo claro para o feedback contínuo do cliente durante o desenvolvimento. Isso permite ajustes ao longo do caminho, garantindo que o produto final atenda às expectativas.
12. Treinamento e Suporte:
Essa fase ocorre quando o produto ou MVP está desenvolvido e publicado, é nessa hora que as pessoas realmente põem a mão na massa, e consequentemente, costumam solicitar revisões de cálculos e sessões para tirar dúvidas. Então antecipe as necessidades de treinamento e suporte pós-implantação.
Ofereça recursos educacionais. Não é necessário criar um minicurso (mesmo que seja uma boa ideia), mas disponibilize agendas para reuniões de treinamento, grave e compartilhe com os usuários para que tenham uma fonte de treinamento e explicação do produto.
Disponibilize recursos para suporte: É importante que pelo menos uma pessoa que conheça bem a ferramenta que o dashboard foi desenvolvido esteja com tempo disponível para prestar suporte aos usuários.
Cumprir com esses requisitos contribuirá para uma adoção mais fácil por parte dos usuários finais.
Conclusão:
Ao fazer essas perguntas essenciais, você estará bem equipado para criar um dashboard na ferramenta que você tiver disponível, que não apenas atenda às expectativas do cliente, mas também forneça insights valiosos para impulsionar o sucesso do negócio. A colaboração estreita com o cliente desde o início é a chave para desenvolver uma ferramenta verdadeiramente personalizada e eficaz.
Porém, vale ressaltar que na realidade nem sempre é possível atender a todos os pontos que foram passados aqui, mas ainda assim quanto mais respostas para os pontos abordados acima você tiver, mais fluido será o seu trabalho.
Você viu que falamos muito mais sobre o conceito de dashboard, mas para desenvolvê-lo, deixo a sugestão de utilizar o Power BI, já que é uma ferramenta muito conhecida no mercado hoje em dia e muito intuitiva de se utilizar, confira aqui como baixar e instalar esse software incrível.
Gostou? Comenta aqui embaixo, deixa seu curtir e compartilha com seus amigos! Vamos juntos aprender mais sobre esse incrível universo de dados!
Sobre o autor:

Fabrício Dantas
Estatístico de formação, especialista em ciência de dados com 3 anos de experiência na área, gateiro e ama observar o céu com seu telescópio.
Comentários